quarta-feira, 31 de março de 2010

Volta que eu cuido de ti e não te deixo morrer nunca...


"Porque meu coração dispara quando tem o seu cheiro, dentro de um livro?"
Um dia desses, minha irmã alugou um livro na biblioteca da sua faculdade, sobre esses assuntos de personalidade, muito antigo o livro, eu podia sentir em minha pele a textura dos anos e anos em que este ficou guardado. Abri. E quando abri, comecei a folhear e meus olhos perderam-se em meio a tantas escritas, letras, dígitos e rabiscos de alguém no qual provavelmente pegou para algum tipo de pesquisa, ou simplesmente para acalmar os ânimos. Onde em uma noite de céu estrelado porém clima ameno, deitaste na tua rede no qual tanto amas e, ao ver as estrelas em vastos tamanhos, lembraste de que tinhas que ler este livro e ao ler, marcaste o que achavas importantes. E esqueceste de que marcaste a caneta, e caneta não apaga-se. E encostaste o livro naquela tua calça de moletom surrada, e começaste a ler como quem começa a devorar. E a medida em que ias lendo, teus olhos enchiam-se com o brilho das estrelas no qual estavam tão distante de ti, mas contigo, pareciam tão próximas. E quando te vistes, estavas praticamente dentro do livro e perdeste o rumo. Mas logo acordaste e percebeste de que tinhas que o devolver no dia seguinte, na mesma biblioteca que hoje em dia minha irmã alugou o mesmo livro para ler. Deste um pulo da rede e, com esse teu jeito de mexer o cabelo meio desengonçado, fostes em direção ao banheiro e provavelmente percebeste que tinhas que fazer a barba. Mas eu gosto da tua barba assim, meio cerrada... Ah, deixe-a assim, a quem queres agradar além de mim?
Que coisa mais tola o que estou fazendo, falando de um passado no qual não sei se verdadeiramente aconteceu, mas como já mencionei, até a ciência vive de hipóteses. Porque não tu seres a minha hipótese? Minha dúvida na qual nem o melhor professor do mundo poderá explicar-me.
E, em algum lugar, estarás concluindo tua faculdade e escreverá um cartão postal vindo de Paris, para alguém no-qual-não-sabes-o-nome e escreverás que pensas nesta pessoa com carinho, cuidado, e muita afeição. Deve ser melancólico e ao mesmo tempo borbulhante alguém escrever algo de tão longe e mandar para um destinário no qual ainda não existe, em falar nisso, irei checar os correios para ver se existe uma carta perdida na qual não colocaram o endereço e por isso, ela ficou anos e anos presa, como se não estivesse autorizada a partir. E por isso, impossibilitou a tua volta, e decidiste ficar preso a suas cartas para ninguém e, ficaste por Paris.
Mas continuas andando pelas ruas com a esperança de encontrar a pessoa na qual tu escreves tuas cartas todos os dias. Mas não te preocupes, o que for de acontecer, irá acontecer.
Saibas que existe alguém que pensa em ti com carinho, todos os dias e, de algum jeito, consegue te sentir. Mesmo não sabendo porque.
Quando acharmos que está tudo passado, quando tiveres por um triz para rasgares tuas cartas...o longe se fará perto, tão perto que escutarás as batidas do meu coração.

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