sábado, 27 de março de 2010

Tem espaço na casa e no coração...


Venha para que eu possa recuperar sorrisos, afagos, afetos, fotos, retratos, abraços... Venha para que a tarde de hoje não seja tão melancólica como a de ontem, onde o sol não tem hora para se pôr e, parece que o dia nunca acaba. Venha para que possamos contar as estrelas, deitar em teu colo, afogar minha cabeça na curva do teu ombro. Venha, porque juntos somos melhor do que a sós. Tu não vives sem mim e nem eu sem ti. Eis me aqui, com meus braços abertos em direção a ti, com uma cara tão cansada tão puta, tão frágil, tão quebrada e tão feliz, porque tu estás vindo. Traga-me de volta para ti, depois de tantos tempos e devaneios onde o ontem, o outrora e o algum dia nos separávamos, mas agora eis que estou certa de que, de algum modo, o tempo trouxe-te de volta para mim, e todas as coisas que eu temeriam acontecer, aconteceram. Mas lhe confesso de que são boas, oras. Deixa eu pegar-te pela tua mão e te conduzir rumo ao infinito em que nós podemos construir, se juntos estivermos. Meu bem, meu bem, não vês de que estou tão suja falando de amor? Tão jogada e tão desencantada com os fatos que me aconteceram ou ainda estão para acontecer, mas parece que nada disso me importa ao saber que ti não sabes delas. Parece que as coisas nas quais eu sei que existem, nunca tiveram valor porque tu nunca soubeste delas. Mas se tu vens, ah se tu vens! O dia amanhece sorrindo, o meu jardim é mais brando, meu sono é mais límpido, minha noite é mais clara, meu dia é menos quente, a minha vida rotineira torna-se sadia, minha vida passa a ser como uma véspera de partida onde, faço tudo hoje porque eu sei que o amanhã ninguém sabe, só Deus.
Então vem, para que eu possa em teu abraço fazer minha casinha de cobertor, para que possamos passar noites em claros fazendo nada, para que nos formássemos um só corpo, uma só alma. Perdoa o jeito sincero, bruto, talvez direto demais. Mas é que minhas mãos já estão ressecadas da tua ausência, nem a lua aguenta mais te esperar toda noite e por isso, ela troca de lugar com o sol, para ver se este dá mais sorte para mim em relação à ti. E mesmo assim, entra dia e sai noite, e minha cama ainda continua deserta. Minha casa continua fria. Meu piano está empoeirado, não sei tocar, tu sabes. A louça está dividida em pilhas, há roupa espalhada por todo canto da casa, as plantas morreram, deve ter sido a falta de fotossíntese, não deixo o sol entrar muito aqui em casa. O nounouse no qual me destes, não corresponde-me mais, acho que ele realmente é teu chapa. Porque foram-se dias e noites reclamando de ti para ele, até que o deixei de castigo no porão. Vai ficar lá por uns tempos, ou até pelo menos até voltares. Mas quando tu chegares, ah... Vou sair por aí anunciando que o sol não vai mais se pôr, minhas cortinas estarão abertas, o piano limpo e, teu sorriso ao encontrar meu olhos, mais brilhante que a lua e todas suas amigas estrelas. Mais bonito que um céu em dia de lua cheia.
Venha, chegue até a mim, me olhe, caminhe em minha direção, encontra-me! E se tu fores partir em algum momento, não te esqueças de me levar contigo, sobre tuas asas.
Mas venha, podes vir. Fiques a vontade. Espaço é o que não falta em nossa casinha pequena e vazia na qual tu fazes falta todo santo dia. E parece que ela só está completa quando tu existires dentro dela.
Deixo-te livre como o vento, para ires e vires quando quiseres, só peço-te uma coisa: carregue-me da forma que for, ou não. Mas guarde-me no mais profundo lugar do teu coração, para que dali, ninguém arranque-me e, possas sempre voltar.
Acho que poderias me ensinar novamente os caminhos que dão ao teu coração, pois acho que em algum lugar de tuas veias, eu me perdi. Desaprendi o jeito.
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"Só não se perca de mim..."

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