domingo, 21 de março de 2010

Lights will guide you home...


Sempre temos nossos dias de escuridão. Mas podemos sobreviver e, sobrevivemos. Se não, o que seriam de todas as músicas escritas em momentos de puro abismo? Músicas nas quais fazem sinônimo de tristeza e decepção. Mas são cantadas, certo? São compostas por alguém, alguém no qual passou por momentos de puro abismo interior e, nas finais, escreveu alguma melodia para ver se coloria sua vida tão preta e branca. Como se fosse aqueles desenhos que quando éramos menores, nos davam para colorir, sabes? Como se esta melodia, ficasse no lugar dos lápis de cores e, sua vida, substituísse o papel de colorir. E, se este escreveu, foi porque de alguma maneira retirou algum tipo de força além do que se vê, algum tipo de força no qual nem nós próprios sabemos que temos e escreve o que seu coração está cheio. Logo, está vivo. Não estou associando a escrita com algo no qual te salve, mas sim, este sobreviveu aos seus momentos sombrios. Porque nós não sobreviveríamos? Não temos algo no qual nos indique que uma pessoa é mais forte do que nós, ou que nós somos mais forte do que esta. Mas sim, vale de cada um.
Vai passar, tu sabes que vai passar, como diz o Caio Fernando Abreu. Pode demorar um, dois, ou três dias. Um mês, uma hora, um segundo, um século, mas vai passar. As coisas são assim mesmo, Zé. Um dia de dia e um dia de noite, se é que me entendes. Voltarás, logo que esta tua fase down passar, a ver o pôr-do-sol outra vez. Já paraste para pensar nisso? Eu acho engraçado e ao mesmo tempo esplêndido o sol. Tão independente, de luz própria, ajuda a lua, e tão generoso em dar seu lugar para outro corpo brilhar. Me responde quem, nesses dias de super-modernismo, faria isso por alguém? Hoje, seria mais fácil alguém matar seu próximo para poder ganhar o brilho. Mas se perceberes, o sol continua nascendo e se pondo. Nas mesmas orientações e direções, nunca aumenta ou diminui. As vezes podíamos parar para pensar que, mesmo com toda chuva, nuvem, tempestade, ventos e geadas, o sol continua a pino. Mesmo que seja por trás das nuvens, este não sente necessidade em ser contemplado, mas sim, sentir-se bem consigo mesmo.
Saindo do sol e entrando na lua, talvez se fôssemos mais independentes, não só de pai e mãe, dinheiro, ou coisa assim, mas independente interiormente, brilhar sem ajuda de outros. Não conte totalmente com a ajuda destes, as pessoas sempre nos decepcionam e, é isto que faz quase cem por cento das pessoas tristes. Aprendi que nem tudo podemos falar. Sabes, quando falamos algo, ou um sonho nosso, uma vontade, um desejo, ou algo, para alguém, parece que esta coisa no qual tanto almejamos não chega. Logo, conclui: desejos e sonhos são coisas que devem ser caladas. Centradas. São coisas que não se fala para ninguém, não é pela falta de confiança ou egoísmo, mas sim, por serem coisas particulares. Algo do interior. E quando damos liberdade demais para outras pessoas, em questão do que acontece dentro de nós, nos decepcionamos.
És sábio o suficiente para poderes ti próprio auto ajudar-se. Se consegues dar conselhos ou cuidar de outras pessoas, faça primeiro consigo. Porque, se não cuidares de ti e dos teus campos, quem irá cuidar? Os outros?

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