quinta-feira, 29 de abril de 2010

Assinado eu


Embolo-me sempre com a pergunta que todos fazem uns aos outros quando logo conhece alguém: quem és tu? Certo. Nem todos perguntam isso, mas simulam. Querem saber de ti a cada dia que passa. Quem tem amigos, sabe disso. E até mesmo quem tem amores. Alguns conhecem-te melhor até do que tua própria mãe. Mas aí vem a pergunta chave: será que te conhecem mesmo, ou tu passas uma imagem?
Ora, convenhamos, ninguém conhece realmente ninguém. Não me venha com aquelas palavras nas quais tu lês em rótulo de papel higiênico, logo ao conheceres alguém: "adorei te conhecer, mesmo. Vamos manter contato!" Larga disso. Conhecer é algo muito mais profundo. Tem a ver com alma. Sentimento. Saber o que passa-se verdadeiramente dentro das pessoas. Algumas têm uma facilidade imensa em fingir que está tudo ótimo, mil maravilhas, viver é uma delícia. Quando na verdade, só Deus sabe o que ela passa dentro de si própria. Eu sou assim. E tu és assim também. Pode não ser sempre, mas algumas vezes. Acho que nunca conheci alguém. Claro, convivo com meus amigos, e dou-me muito bem com eles. Acho que a base da vida tem a ver com amizades, mas saudáveis. Não vale a pena misturar-se com pessoas que não possuem cérebro. Não perca seu tempo. Elas só te induziram ao fundo do poço, e quando estiveres lá, nem uma mão irão estender em tua direção. Tenho dito. Por pensarem que nos conhecem, acham que podem tudo sobre nós. É assim sim. Pelo menos para mim em relações a amizades literalmente falsas. Todos temos esses tipos de amigos. É inevitável não tê-los por perto. Mas temos que saber cultivar e cativar pessoas que podem nos ajudar quando estivermos mal. Não é apenas rir contigo, e divertir-se contigo, mas sim, ao estares triste, alguém que toque em tua mão e olhe em teus olhos e diga "eu estou aqui, eu te toco. Não te deixarei, confia em mim.", confie. Temos que confiar, podemos nos estrepar na frente, mas foi por um bom motivo. Temos que depositar nossa confiança em alguém fisicamente, certo? Se não, o que será?
Mas voltando ao assunto do conhecimento... Para mim, uma pessoa não é julgada inteligente por quanto ela tirou em tal prova, ou se ela consegue relacionar-se sem dificuldades com algo, ou ter facilidade nas coisas que para muitos é extremamente difícil. Uma pessoa é julgada por quanto ela ama e por quanto a amam de volta. Em etapas, claro. Ninguém é feito para agradar a todos. Mas nos esforçamos a fazer isso ao longo dos nossos dias. Não negue. Até mesmo tentamos ser simpáticas mesmo sem a mínima vontade de ser, esboçamos aquele sorriso amarelo, e tudo bem.
É tão estranho andar por tanta gente pelas ruas, e todas elas serem uma incógnita para ti. Como se fossem verdadeiras interrogações perambulando por aí. Assim como tu és para elas. Como eu sou para elas.
Meu caro, quem me vê, deve achar-me uma lunática, verdadeira estranha. Mas a minha busca a cada levantar, é saber um pouco mais de mim e tentar ser feliz, cara. Acredito que em cada coisa por aí perdida nesse mundo, eu encontro-me. Principalmente naquilo que gosto. Já me considerei como uma escória da sociedade. As vezes sou mesmo. E faço questão. Não digo que sou diferente. Mas não faço o padrão.
Meus ataques de risos são estranhos, sou desastrada, dramática muitas vezes, faço bico até hoje, muitos acham que não ajo de acordo com a minha idade, esqueço-me de tudo muito fácil, sou desligada, uma verdadeira mendiga de atenção, pareço mais um cachorro de tão carente que sou, não sou boa em física, matemática, química, nem biologia. Choro por tudo muito fácil, pessimista, e inconstante. Nunca sei o que eu quero. Mas quando eu sei, acho que não vai dar certo. Para falar-te a verdade, odeio que me prendam. E muitas vezes odeio prender as pessoas, sempre acho que elas sentem pena de mim, e por isso são simpáticas ou falam comigo. Exceto com meus amigos nos quais deposito confiança. Sou um verdadeiro desastre em casos amorosos. Platônicos então... nem se fala. Tenho vergonha de tudo, até de mim. Mas todos por me verem sorrindo, acham o contrário. Eu rio de tudo, falo sozinha, converso com estranhos, adoro idosos, odeio pessoas efusivas que acham que tudo está mil maravilhas e a vida é um grande carro alegórico. Tenho complexos, e acho que tudo é um sinal. Falo demais, as vezes até além da conta, e canso de tudo em um piscar de olhos. As coisas parecem que vão me cansando. Tenho amnésia precoce, e esqueço das coisas mais importantes. Nunca sei o que eu quero, e na maioria das vezes as coisas que eu quero não acontecem. Minha mãe diz que sou bipolar, que sou complicada, um caso sério. Já pensou em colocar-me em um psicólogo, mas meu problema não está na cuca. Está aqui ó, no coração. É tanta coisa para dizer, tanta coisa para vomitar pra fora, perdoe-me a expressão. Eu tenho tanto pra falar, e tanto para ser escutada, porém ninguém pára ou se pára, têm pressa, ri das minhas teorias ou muitas vezes acham-me uma esquisita.
Não tenho necessidade de grandes coisas materiais, apesar de ser consumista sim, assumo. Mas não dependo disto. Não faço minha unha toda semana, porém estou deixando-a crescer para ver se fico com cara de gente. Meu cabelo sempre foi curto, e eu odiava, até que eu o caguei inteiro pintando as pontas de vermelho em 2007. Agora ele está natural porém para mim continua estranho. Meu perfume é Johnson&Johnson, acordo para escola em cima da hora, e sempre tive a vontade de ir de pijama para ter mais tempo para dormir, ou então ir dormir na noite anterior já com o uniforme, para não ter trabalho. As vezes acordo me amando, outras vezes me odiando. Passo a maior parte da minha vida dormindo, escutando música, lendo os meus livros do meu querido Caio Fernando Abreu, vendo meus filmes ou tocando violão. Aprendi a tocar ano passado, pela internet. Nunca fiz aula, e não toco muito bem. A primeira música direita que eu consegui tocar foi "Acima do Sol" do Skank. Acho essa música tudo a ver comigo. Adoro tomar banho de chuva, porém fico gripada muito facilmente. Por tudo eu fico doente, e inclusive, a saudade me deixa doente. Se achares que estou mentindo, pergunte a minha mãe. Ela diz que eu tenho que morar em uma bolha. Tudo me afeta. E eu odeio tanto isso. Minha meta é ser auto-suficiente, passar em comunicação na federal, encontrar o meu par (im)perfeito, não pretendo casar muito cedo. Odeio ter que depender de alguém, e acredito que em uma relação de amor entre um homem e uma mulher, necessita-se da liberdade de ambos, e da confiança inclusive. Quando amamos alguém, devemos expulsar esse amor de nós para o deixar livre. Tenho sempre em mente que se esse alguém for nosso, ele voltará. De alguma maneira. Se ele for um dia, claro. Mas como tudo vai-se um dia, tenho dito. Sou paranóica, tudo eu acho que está errado. A lei de Murphy persegue-me. Sou especialista em dar-me mal pelas ruas, e as vezes acho graça da minha própria vergonha. Tenho ciúmes, porém nunca demonstro para a pessoa. É sempre para outra que tem nada a ver e por lá fico lamúriando-me até o sol raiar. Tem dias que eu acordo com vontade nem de pentear o cabelo, e passo o dia de pijama dentro de casa. Adoro uma música do Vinícius de Moraes, chamado "Para uma menina com uma flor" que digamos, é um poema. E por causa disso apelidei o meu ursinho cujo presente ganhei de natal, do papai noel em 2007, Nounouse. Não tenho vergonha dos meus pais, e os amo de paixão. Volta e meia brigo com a minha mãe, discutimos, eu penso em fugir de casa, mas no outro dia sempre tem aquele sol para nos acordar, certo? Meu pai sempre foi e sempre será o meu exemplo. Não tenho como agradecer tudo que estes fazem por mim. Porém acho que nem eles próprios me conhecem. Nem eu me conheço. A cada dia vou vendo o que faço no meu cotidiano para ver se em algo eu encaixo-me. Pura ilusão. Sempre vejo-me fora de tudo, porque nunca consigo entrar. Não digo em sentido total. É ideológico mesmo. Não faço questão de sair para cantos que não sou interessada só para fazer social. Não sei dançar, e danço muito mal. Acho que sou uma piada na pista de dança, ou quase isso. Não fumo e odeio fumantes. Não bebo e odeio quem bebe e tira aquela foto para dizer "Olha mamãe, eu bebo! Tá na moda." O que está na moda é o meu saco, isso tira-me do sério. Mas voltando ao assunto, muitos devem achar-me uma hipócrita, pois não sabiam ou não sabem ou acham que eu não sou nada disso que escrevo. Mas sou. Encontrei na fotografia uma forma de expressar o que eu penso sem falar. Se é que me entendes. Não criei um blog por criar, muito menos para ficar conhecida, mas fico grata com as pessoas que o lêem. E penso sim em passar para outras. Gosto da opinião delas. Por acharem que eu falo demais, muitos devem me julgar como efusiva, por favor! Não me xinguem. Chamem-me de tudo menos isto. Não suporto pessoas crisentas.
Já falaram do meu jeito de vestir, que pareço um homem só porque uso blusa social, e certamente são mais largas que eu. Eu sentia-me uma lésbica. Mas ando me acostumando porque é o meu jeito. E eu não vou mudar. Já me disseram que seria bom. Mas por onde começar? Tenho espinhas e odeio elas. Tenho vergonha de olhar na cara das pessoas porque sempre acho que elas vão ver as espinhas, meus defeitos, meu sorriso que é grande demais, minha cara que é pequena, meus olhos que são estranhos, mas enfim. Uso mais tênis do que sandálias. Minha mãe anda adestrando-me para usar sapatilhas. Tento, mas elas têm cheiro de chiclete e dá vontade de comer. Eu era extremamente vaidosa na minha época de RBD e coisas à parte. Agora também, mas as vezes me dá preguiça. Preguiça de escolher uma roupa e acabo saindo igual. É sempre a mesma coisa: Blusa, calça, tênis. Eu adoro. Mas eu estou variando ultimamente. Tenho coleção de all star, pretendo aumentar mais. Não uso brinco, eles me incomodam. Mas as vezes eu uso. E eu sempre esqueço-me deles também. Uso os moletons, casacos e blusas do meu pai que fica extremamente largo, e fico sem peito. Não tenho peito. Não tenho bunda. Sinto-me estranha na praia, e não gosto de ir. Tem muita gente, e eu tenho fobia de aglomeração de pessoas. Rio de tudo, até nas horas mais impróprias (já passei por cada sufoco por causa disso...), quando fico nervosa nem falo direito, sai tudo errado. Odeio falar em público. Odeio esportes. Sei jogar nada oficialmente. Ainda não sei no que sou boa, todos têm um dom. Cadê o meu? As vezes pergunto para minha mãe se nasci com algum problema, o que tem de errado comigo? "O que tem de errado em ser tão errada assim?".
Mas aonde eu estava mesmo? Ah sim! A parte do conhecimento. Tudo isso que eu escrevi sobre mim, é nem um terço do que eu sei. Ou do que não sei. Não sei quem eu sou.
Vivo cada dia como se fosse o primeiro (vamos sair um pouco do comum né?) Acordo cada dia com uma opinião diferente. Nunca acordo a mesma. Mas sempre acrescentando algo.
Acho que sou a raposa do livro "O pequeno Príncipe", tenho a leve impressão...
Somos vagalumes vagabundos. Voando em linha reta. Porém nunca indo muito longe, em certos casos.
Vivi nem metade da minha vida, e até agora, não sei ao certo o que descobri de mim. E ti, o que descobriste de ti?

5 comentários:

  1. Não seja tão difícil assim com você mesma... Você é linda por dentro e por fora , basta descobrir isso gata!

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  2. Eu amo muito tudo que você escreve e me identifico muito também!
    "Ainda não sei no que sou boa, todos têm um dom. Cadê o meu?" Claro que tem! Você será a melhor escritora jovem de todos os tempos! hihi. =)

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  3. escrever ;)
    já tem um dom! :D é linda, voce. por dentro e fora, descubra o que tem de melhor carol1

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  4. Você escreve muito bem Carol, e tem inumeras qualidades, eu tenho orgulho da menina-mulher que vc se tornou sabia?. Você será a melhor escritora jovem de todos os tempos!².
    'Raissa Gameleira

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  5. Carolina vc tem um dom evidente, não é possível que não percebas como escreves tão bem minha cara. Sei que nao sou o único, mas me identifiquei muito com o jeito como vc se auto descreveu no texto. Ouvi falar de vc por uma pessoa em comum entre nós, Gabriela Machado, creio q vc se lembre dela certo? haha bom senhorita, continue com seu belo trabalho. Estarei observando suas obras de arte. Mas esta, acho q é sua obra prima. Tão profunda e simples ao descrever como vc enxerga as coisas. Vc tem um futuro promissor. Comunicações na federal, né!? ^^

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