sábado, 15 de maio de 2010

If i could be who you wanted, all the time...


Investir no mundo interior as vezes não é má ideia. Perder-se não é entrar em uma fria, ou esconder algo obscuro. É apenas...perder-se. Isso não quer dizer que a pessoa seja totalmente apta a saber o que quer e quem quer e aonde quer ir. Não teria graça nenhuma combinares tudo em sua mente, como um programa de computador, adotado para lembrar-te o que tu queres lembrar, e tu nunca esqueces devido a algum tipo de impulso nervoso, onde está tudo tão arquitetado que para ti, tu sabes exatamente o que és. Mas na verdade, estás mais perdido do que todos nós juntos. Apenas achas que encontra-se em perfeita simetria junto com a sua vida. E tu vives a sua vida exatamente como todos vivem, mas aí é que está o problema, pelo menos para mim. O meu ponto de vista é diferente do seu, as vezes até demais. Mas viver igual a todos, nem sempre é a melhor opção. Um dia escutei de um senhor, falar que a maioria está sempre errada, e a minoria sempre vence. Não respondi nada de início, as vezes o silêncio fala por nós. Mas logo em seguida pensei que, como de costume, a maioria sempre engana-se com os fatos que no caso, acham que está certo, porém só os poucos, só aqueles que realmente criticam tudo e todos, conseguem discernir certas ocasiões apresentadas ao longo de nossa vida. Não sei se compreendes onde eu quero chegar. Na verdade, quero chegar a lugar nenhum. Escrevo porque não tenho muito a fazer, claro. Tenho uns exercícios de química, de física, matemática I e II, e tenho que ler um livro de literatura. Mas na verdade, minha vontade é de ficar sentada sem fazer absolutamente nada. Quando temos muita coisa para fazer, tendemos sempre ao nada.
Ficamos estagnados diante de tantas coisas que nos colocam em nossa frente e nos cobram isto, que ficamos dispersos e acabamos fazendo nem o que queremos nem o que nos mandam fazer. Eu pelo menos, fico apenas...parada. Não tem o que dizer. São as regras. Que regras? Ter que tirar notas boas e passar no vestibular. Certo. Passar de ano. Certo. Ser correta. Certo. Falar bonito. Certo.
Mas é isso tudo o que realmente queres? Ou na verdade tu queres descobrir a si mesmo descobrindo o mundo. Andar por aí, na tentativa de encontrar algo que não esteve e nunca esteve dentro de ti, mas sim perdido por algum canto no qual tu nunca passaste, mas ao mesmo tempo tu precisas passar para descobrir que parte é essa que tanto te falta no cotidiano. Essa parte pode estar no ar em que respiramos, em alguém que nem sabemos e nem ousemos saber se iremos conhecer ou não, ou em cada estrada que partimos rumo a algum tipo de lugar, não precisa estar em mente. Mas é um lugar.
Impõem sempre um tipo de personalidade que nos enquadrariam no nosso roteiro cotidiano, no qual as pessoas iriam lhe aceitar melhor. Mas quem são eles? Apenas rostos desconhecidos que te julgam por tal imagem passada de ti para eles, e nem sequer esforçam-se para pelo menos saber se tu gostas de quente ou frio. Querem o que lhe dão benefício. As pessoas andam cada dia mais perdidas dentro de uma imagem construída não por eles mesmos, mas sim quem os rodeiam. Não estou julgando o jeito de ninguém viver, estou falando como um todo. Em minha opinião. Não quero e nem preciso que ninguém obtenha o que eu penso. Pelo contrário, somos seres ímpares e nascemos separados um do outro justamente para termos liberdade de pensarmos o que quisermos. Mas muitas vezes nossas mentes ficam limitadas em um mundo concreto, onde só acreditam no que vêem e não no que pode acontecer. Se tu queres um dia voar, alguém certamente chegará para ti e dirá que tu nunca poderás fazer isso. porque nunca ninguém conseguiu, e está provado. O que na verdade está provado? Provas são papéis concretos de alguém que pesquisou sua vida toda dedicando-se especialmente naquilo que lhe impôs. E aí tirou a conclusão real: impossível.
Quem tem uma mente pequena, tem um mundo pequeno. Acredito em tudo que podem dizer ser impossível, mas isso não quer dizer que muitas vezes eu consiga. E isso, não vou mentir, desgasta. Desgasta muito, meu caro. Dá uma vontade de sair correndo e e procurar algum tipo de abrigo para sua dor e sua frustração, mas sempre continuamos. É lei da vida. Acordamos, tomamos café, escovamos os dentes e continuamos. Seja lá como estiver o dia, tua dor pode estar gritando dentro de ti, mas tu terás que uma hora, levantar da sua cama e enfrenta-la por si só. Eu não vou curar sua dor. Isso é coisa tua com ti mesmo. Ninguém irá chegar para mim e dizer olha-só-estou-aqui-com-um-remédio-que-é-tiro-e-queda-para-dor-emocional, antes fosse.
Mas se eu falar-te uma coisa, certamente irás me achar louca, mas é verdade: a dor as vezes não é tão ruim assim. Quer dizer que estamos vivos. Sentimos algo. É muito ruim ficar sem sentir nada, meu amigo, muito ruim. É pior do que sentir uma dor no membro do teu corpo no qual tu não o tens mais. É pior do que qualquer tipo de dor física. Acho que sim, sentir é perigoso. Mas ficar inerte, é mais perigoso ainda. Eu já fiquei assim. Foram dias onde, nem mesmo o que eu mais gostava de fazer, adiantasse algo. Meus passos pelas ruas eram em vão, como se meu corpo estivesse aqui porém minha alma já tivesse sido levada a muito tempo. E eu estaria simplesmente em processo de decomposição. E doía. Doía sem remédio. Não podia falar. Não podia chorar. Não podia rir. Não tinha como, era travado. Era vontade de tudo e nada ao mesmo tempo. Ainda tenho isso, na verdade, isso nunca cura-se totalmente. Mas sobrevivi. E sobrevivo todos os dias pela manhã. Seja triste ou feliz. São virtudes que tivemos o privilégio de ter.
Sendo que somos todos os dias algo diferente. Nos afastamos. Nos aproximamos. Ficamos distantes. Ficamos eufóricos. Mas são poucas as pessoas com paciência de compreender o estado de humor do indivíduo. Nem todas irão suportar quem tu és hoje e amanhã ser algo diferente. As pessoas acostumam-se muito rápido com as coisas. E não é para sermos assim. Eu sou assim. Eu odeio me acostumar, por exemplo, com a ausência do meu pai. Mas acabo que estou aos poucos me acostumando. E não posso. Tenho que todos os dias arrumar um jeito de cultivar a presença dele mesmo sem ele estar, pois assim torna-se um jeito de traze-lo para mais perto de mim, mesmo estando longe. E isso serve para qualquer tipo de situação. As coisas, como as pessoas, apartamentos alugados, carros e imóveis, foram feitos para serem esquecidos um dia, abandonados, deixados. Mas não é o normal. Como também não é normal nos apegarmos a coisas de necessidade mínima. Acredito muito no amor, embora eu esteja no meu estágio normal. E o amor, querendo ou não, é a única coisa que fica. E ainda assim, há pessoas que esquecem. Esquecer hoje em dia é normal demais. As coisas passam, certo? Tudo passa. Se tudo passa, quem sabe um dia, tu passes por aqui...

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