quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu deixo a porta aberta, eu não moro mais em mim...


"Eu perco as chaves de casa, eu perco o freio. Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio, onde será que você está, agora?" Estranho é sentir falta de algo que nem eu mesma sei o que é. Muitos devem se torturar se instigando o que é essa coisa tão importante, que faz falta. Se é que é importante. Se fosse importante, não estaríamos vivos. No contexto seria: o que nos falta, não é importante, porque se fosse importante, não nos faltaria. É assim que chego a conclusão de que todas minhas necessidades e sedes afetivas ou minhas saudades ausentes, não são importantes. E é exatamente por isso que me prego tanto a elas. O que não nos é de extrema importância, é o que mais nos preocupamos. Exemplo: nos preocupamos com o que dizem de nós, com a nossa roupa, com a cor do nosso sapato que não está combinando com a bolsa, ou até mesmo com aquele sorriso fora de hora, porque convenhamos, o que podem pensar de nós? E agora me diga, isso é importante? Não. Isso vai te tirar um membro do seu corpo? Não. Isso vai te deixar incapacitada de algo? Não. Isso não vai te matar, te deixar doente, te tirar de casa, nada disso. Mas mesmo assim nós teimamos em nos preocupar com essas coisas tão... insignificativas.
Eu acho que sou feita a maior parte de coisas ausentes. Coisas que apenas ameaçaram ser e não foram, como já dizia meu grande Caio Fernando. Coisas que foram perdidas, submersas, escondidas, esquecidas, ou simplesmente, nunca existiram. Tem o seu gosto bom e seu gosto ruim do lado de tudo isso. É doce as vezes tentar fazer da sua vida uma grande e enorme tentativa de utopia. Porém parece que caímos da cama e acordamos, com aquela dor de saber que nada disso é. Nada é. Mas eu tenho que confessar que as vezes a ausência é uma coisa bonita. Uma coisa gostosa de ser vista, sentida. Se bem que ela não se é vista. Porém, é como se essa ausência preenchesse ainda assim algo, algo que como sempre, eu não sei o nome. E nunca saberei.

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