sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sem inspiração


"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."

Isso resume absolutamente tudo. Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu deixo a porta aberta, eu não moro mais em mim...


"Eu perco as chaves de casa, eu perco o freio. Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio, onde será que você está, agora?" Estranho é sentir falta de algo que nem eu mesma sei o que é. Muitos devem se torturar se instigando o que é essa coisa tão importante, que faz falta. Se é que é importante. Se fosse importante, não estaríamos vivos. No contexto seria: o que nos falta, não é importante, porque se fosse importante, não nos faltaria. É assim que chego a conclusão de que todas minhas necessidades e sedes afetivas ou minhas saudades ausentes, não são importantes. E é exatamente por isso que me prego tanto a elas. O que não nos é de extrema importância, é o que mais nos preocupamos. Exemplo: nos preocupamos com o que dizem de nós, com a nossa roupa, com a cor do nosso sapato que não está combinando com a bolsa, ou até mesmo com aquele sorriso fora de hora, porque convenhamos, o que podem pensar de nós? E agora me diga, isso é importante? Não. Isso vai te tirar um membro do seu corpo? Não. Isso vai te deixar incapacitada de algo? Não. Isso não vai te matar, te deixar doente, te tirar de casa, nada disso. Mas mesmo assim nós teimamos em nos preocupar com essas coisas tão... insignificativas.
Eu acho que sou feita a maior parte de coisas ausentes. Coisas que apenas ameaçaram ser e não foram, como já dizia meu grande Caio Fernando. Coisas que foram perdidas, submersas, escondidas, esquecidas, ou simplesmente, nunca existiram. Tem o seu gosto bom e seu gosto ruim do lado de tudo isso. É doce as vezes tentar fazer da sua vida uma grande e enorme tentativa de utopia. Porém parece que caímos da cama e acordamos, com aquela dor de saber que nada disso é. Nada é. Mas eu tenho que confessar que as vezes a ausência é uma coisa bonita. Uma coisa gostosa de ser vista, sentida. Se bem que ela não se é vista. Porém, é como se essa ausência preenchesse ainda assim algo, algo que como sempre, eu não sei o nome. E nunca saberei.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Porque não me mudar para o seu apartamento hoje mesmo?

Confesso que realmente não sei o que eu quero.
Pra quê essa necessidade tão forte de saber o que eu quero?
Eu quero tudo. Eu quero nada. Eu quero um pouco de cada. Não quero tudo porque o tudo as vezes enjoa, é chato vezenquando você não lutar pelo que você quer, e no fim, não ter aquele gostinho de dizer 'eu consegui.' Mas ao mesmo tempo eu também não quero o nada, porque as vezes quando não se tem nada, a vida fica entediante. Mas fica mesmo! Fica sem cor, sem sabor, é como se fosse um arroz sem tempero. Um pouco de cada eu não diria que fosse o meu maior desejo, mas por enquanto é o que eu quero ultimamente. E olha que para eu querer alguma coisa é difícil. Mas acho que isso se parece mais comigo. Eu quero um pouco de um amor e um pouco da dor daquele amor. Porque como diz nossos grandes mestres da música brasileira, "o amor só é bom se doer.'' mas é a pura verdade. Qual a graça de um amor de novela? Não quero mesmo! Quero algo que me tire o fôlego, quero aquela complicação gostosa no início misturada com aquele gosto de ser amada. Quero aquelas indiretas, aquele olhar perdido, aquele sorriso tímido... Aquela respiração presa ao olhar nos olhos. Aquele suspiro de ''como você está linda hoje, para onde irás querer ir? hoje você é quem manda.'' Não fui feita para romances de Hollywood, muito menos para romances mexicanos. Tenho dito que se depender de mim, eu só me apaixonaria pela pessoa menos provável, e principalmente essa pessoa seria aquela que menos me demonstraria atenção. Ah, como são belas e indecifráveis as pessoas que mal conhecemos...